Dia de Todos-os-Santos
A festa ou solenidade do dia de Todos-os-Santos é
celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. Esta festa é celebrada pelos
crentes de muitas das igrejas da religião cristã.
A Igreja Católica celebra
a Festum Omnium Sanctorum (Festa de Todos-os-Santos)
a 1 de
novembro que é seguido
pelo dia dos fiéis defuntos a 2 de novembro. A Igreja Ortodoxa celebra esta festividade no primeiro
domingo depois do Pentecostes, fechando a época litúrgica
da Páscoa, tal como a Igreja Católica Oriental.
A Igreja Anglicana também
celebra o dia de Todos os Santos com o mesmo significado que nas Igrejas Católica e Ortodoxa. Na Igreja Luterana, o dia é celebrado principalmente para lembrar
que todas as pessoas batizadas são santas e também aquelas pessoas que
faleceram no ano que passou, pelo que o significado da celebração também é
quase idêntico ao de outras igrejas cristãs.
História
Segundo o ensinamento da Igreja, a intenção catequética desta celebração
que tem lugar em todo o mundo, ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à imagem
de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual
deve continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos
vivos (não apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas sobretudo
faz entender que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas
que da mesma forma que os canonizados igualmente veem Deus face a face, têm
plena felicidade e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi
um grande impulsionador da "vocação universal à santidade", tema
renovado com grande ênfase no Segundo Concílio do Vaticano.
Nesta celebração, o povo católico é conduzido à contemplação do que, por exemplo, dizia o Cardeal Beato John Henry Newman: não somos simplesmente pessoas imperfeitas
em necessidade de melhoramentos, mas sim rebeldes pecadores que devem
render-se, aceitando a vida com Deus, e realizar isso é a santidade aos olhos
de Deus.
Citações do Catecismo da Igreja Católica
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957. A comunhão com os santos.
Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos
bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito
aumente com o exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão
cristã entre os cristãos ainda peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim
também a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de
fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus.
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A Cristo, nós O
adoramos, porque Ele é o Filho de Deus; quanto aos mártires, nós os amamos
como a discípulos e imitadores do Senhor; e isso é justo, por causa da sua
devoção incomparável para com o seu Rei e Mestre. Assim nós possamos também
ser seus companheiros e condiscípulos!
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”
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1173. Quando a
Igreja, no ciclo anual, faz memória dos mártires e dos outros santos,
proclama o mistério pascal realizado naqueles homens e mulheres que sofreram
com Cristo e com Ele foram glorificados, propõe aos fiéis os seus exemplos,
que a todos atraem ao Pai por Cristo, e implora, pelos seus méritos, os
benefícios de Deus.
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”
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2013. Os
cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida
cristã e à perfeição da caridade . Todos são chamados à santidade: Sede perfeitos,
como o vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5, 48). Para alcançar esta perfeição,
empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá,
a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda
a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos
abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na
história da Igreja, com a vida de tantos santos.
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”
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Em Portugal tradicionalmente é dia feriado. Em 2013, 14 e 15
o feriado foi retirado, regressando em 2016.
Em algumas zonas de Portugal, no dia de Todos-os-Santos, as
crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão-por-deus de porta em porta. As crianças quando pedem
o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também
costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em
algumas povoações, chama-se, a este dia, o "Dia dos Bolinhos" ou
"Dia do Bolinho".
Esta tradição já era registada no século XV. Tem origem no ritual pagão do culto dos mortos, com
raízes milenares. Em 1756, também se cumpriu, 1 ano após o terremoto que destruiu Lisboa em 1º
de Novembro de 1755, em que morreram milhares de pessoas e em que a
população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado
religioso (1 de Novembro), de forma espontânea, no dia em que se cumpria o
primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a tradição para
desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a intenção de manter uma
tradição que lembrava os seus mortos.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes
fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dado grassar
a fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por Deus".
Noutras zonas do país, foram surgindo variações na forma e no nome da
comemoração.
Nas décadas de 1960 e 1970, a data passou a ser comemorada mais de forma lúdica do
que pelas razões que criaram a tradição. Havia regras básicas, que eram
escrupulosamente cumpridas:
·
Só podiam pedir o
"Pão-por-Deus" crianças até os 10 anos de idade (com idades
superiores, as pessoas recusavam-se a dar).
·
As crianças só
podiam andar na rua a pedir o "Pão-por-Deus" até ao meio-dia (depois
do meio-dia, se alguma criança batesse a uma porta, levava um
"raspanete" do adulto que abrisse a porta).
A partir dos anos 1980, a tradição foi gradualmente desaparecendo e,
atualmente, raras são localidades onde se pratica esta tradição. Em Fátima, por exemplo, esta
tradição continua bem viva.
Embora não advoguem a crença no purgatório, há igrejas protestantes que
também guardam o Dia de Finados. Com
efeito, é o terceiro dentre três dias consecutivos que a cristandade considera
como tendo relação especial com os mortos. O dia antes, 1° de novembro, é o Dia
de Todos-os-Santos, em honra às almas dos "santos", que se pensa já
terem chegado ao céu. E o dia anterior, 31 de outubro, é chamado Halloween (em inglês) ou Véspera de
Todos-os-Santos, e seu nome em inglês deriva de ser a véspera do
"Dia de Todos os Hallows [Santos]".
O Halloween também tem relação com os mortos. No
calendário dos antigos celtas, 31 de outubro era a Véspera
do Ano-Novo. Os celtas, junto com seus sacerdotes, os druidas, criam que, na véspera do ano-novo, as almas dos
mortos perambulavam pela terra. Sustentava-se que alimentos, bebidas e
sacrifícios podiam apaziguar tais almas perambulantes. O halloween também
incluía fogueiras para expulsar os maus espíritos.
A respeito das fogueiras nessa época do ano, lemos em "Curiosidades
dos Costumes Populares":
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Usavam-se também
fogueiras em diferentes horas e lugares, na Noite de
Todos-os-Santos, que é a véspera do Dia de Finados, e no próprio Dia de Finados, o 2 de
novembro. Nestes casos, as fogueiras eram consideradas como típicas da imortalidade, e imaginava-se serem eficazes, como sinal
exterior e visível, pelo menos, para iluminar as almas [isto é, ajudá-las a
libertar-se] do purgatório.
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