Umbanda
A Umbanda é
uma religião brasileira que sintetiza vários elementos das
religiões africanas e cristãs, porém sem ser definida por eles Formada no
início do século XX no sudeste do Brasil a partir da
síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo. É considerada uma "religião brasileira por
excelência" com um sincretismo que combina o Catolicismo, a
tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena.
No Brasil, o Rio
Grande do Sul tem a maior proporção nacional de adeptos da umbanda e do
candomblé: 1,47%, quase cinco vezes o percentual do estado da Bahia.
O dia 15 de novembro, já considerado pelos adeptos como a data do
surgimento da umbanda, foi oficializado no Brasil em 18 de maio de 2012 pela
Lei 12.644.
Etimologia
"Umbanda"
ou "embanda" são oriundos da língua quimbunda de Angola, significando "magia",
"arte de curar". Há também a suposição de uma origem em um mantra na Língua adâmica cujo
significado seria "conjunto das leis divinas" ou "deus ao nosso
lado".
Também era
conhecida a palavra "mbanda" significando “a arte de curar” ou
“o culto pelo qual o sacerdote curava”, sendo que "mbanda" quer dizer
“o Além, onde moram os espíritos”.
Após o Congresso
de 1941, declarou-se que "umbanda" vinha das palavras do sânscrito aum e bhanda, termos que foram
traduzidos como "o limite no ilimitado", "Princípio divino, luz
radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante".
História
Por volta de 1907/1908
(15 de novembro de 1908) (as fontes divergem quanto a data precisa), um jovem
chamado Zélio Fernandino de Morais,
prestes a ingressar na Marinha, passou a apresentar comportamento
estranho que a família chamou de "ataques". O jovem tinha a postura
de um velho dizendo coisas incompreensíveis, em outros momentos se comportava
como um felino. Após ter sido examinado por um médico, este aconselhou a
família a levá-lo a um padre, mas Zélio foi levado à um centro espírita. Assim,
no dia 15 de novembro, Zélio foi convidado a se sentar à mesa da sessão na
Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza .
Incorporou um
espírito, se levantou durante a sessão e foi até o jardim para buscar uma flor
e colocá-la no centro da mesa, contrariando a regra de não poder abandonar a
mesa uma vez iniciada a sessão. Em seguida, Zélio incorporou espíritos que se
apresentavam como negros escravos e índios. O diretor dos trabalhos alertou os
espíritos sobre seu atraso espiritual, convidando-os a sair da sessão quando
uma força tomou conta de Zélio e disse:
“
|
Por que repelem
a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas
mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?
|
”
|
Ao ser indagado por um medium
ele respondeu:
“
|
Se querem um
nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete
Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O que
você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome
era Gabriel Malagrida.[24] Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha
última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como
Caboclo brasileiro.
|
”
|
A respeito de sua missão,
assim anunciou:
“
|
Se julgam
atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses negros
e esses índios poderão dar a sua mensagem e assim, cumprir a missão que o
plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes,
simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e
desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete
Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim.
|
”
|
No dia seguinte, na
residência da família de Zélio, na Rua Floriano Peixoto, nº. 30, em Neves (São
Goncalo), reuniram-se os membros da Federação
Espírita, visando comprovar a veracidade do que havia sido declarado
pelo jovem. Novamente incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que declarou
que os velhos espíritos de negros escravos e índios de nossa terra poderiam
trabalhar em auxílio do seus irmãos encarnados, não importando a cor, raça ou
posição social. Assim, neste dia fundou o primeiro terreiro de umbanda chamado
de Tenda Espírita
Nossa Senhora da Piedade.
O espírito
estabeleceu normas como a prática de caridade, cuja base se fundamentaria no Evangelho de Cristo e
seu nome "Allabanda", substituído por "Aumbanda", e
posteriormente se popularizando como "Umbanda".
No ano de 1918,
fundaram-se sete tendas para a propagação da Umbanda: Tenda Espírita Nossa
Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita
Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita
São Jorge e Tenda Espírita São Gerônimo. Até a morte de Zélio em 1975, mais de
10.000 templos foram fundados além destes iniciais.
Em 1939 com o
objetivo de acabar com polêmicas e na tentativa de uma unificação foi criada a
União Espírita de Umbanda do Brasil. A partir desse momento, somente as
práticas que seguiam os fundamentos propostos pelo Caboclo Sete Encruzilhadas
passaram a ser consideradas como umbandistas.
Em 1940, o
escritor Woodrow Wilson da Matta e Silva
apresentou a Umbanda como ciência e filosofia, criando então a Escola
Iniciática da Corrente Astral do Aumbhandan, a "Umbanda Esotérica" na
Tenda Umbandista Oriental, em Itacuruçá, no Rio de Janeiro.
Mesmo após as
tentativas de unificação, nas décadas de 40, 50 e 60 ainda existiam inúmeros
terreiros no Rio de Janeiro não vinculados à União Espírita de Umbanda do
Brasil principalmente por discordarem das normativas propostas pela federação e
por serem consideradas "atividades isoladas". Esses terreiros
realizavam práticas ritualistas sob a denominação de Umbanda, por exemplo a
Tenda Espírita Fé, Esperança e Caridade e Pai Luiz D'Ângelo, praticante do
segmento Umbanda de Almas e Angola.
Em 1941 a UEUB
organizou sua primeira conferência, o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de
Umbanda como forma de tentar
definir e codificar a Umbanda como como uma religião por seu direito e como uma
religião que une todas as religiões, raças e nacionalidades. A conferência
também promoveu uma dissociação das tradições afro-brasileira. Os participantes
concordaram em fazer uso das obras de Allan Kardec como fundação doutrinária da Umbanda, enquanto se
dissociando das outras tradições religiosas afro-brasileiras. Ainda assim, os
espíritos fundadores da Umbanda, os Caboclos e os Preto Velhos ainda foram
mantidos como espíritos altamente evoluídos.
Em termos gerais,
os participantes do Congresso se esforçaram em legitimar a Umbanda como uma
religião altamente evoluída, por exemplo, afirmando que a Umbanda já existia
como uma religião organizada há bilhões de anos estando então a frente de todas
as outras religiões. Como parte desses esforços em definir a Umbanda como uma
religião original e altamente evoluída, os participantes procuraram remover
suas raízes africanas e afro-brasileiras, a origem da Umbanda foi rastreada até
o Oriente, de onde disse ter se espalhado para Lemúria e subsequentemente para a África. No continente
africano, a Umbanda teria se degenerado em fetichismo, e nessa forma foi trazida ao Brasil pelos escravos. A influência africana na Umbanda não foi de todo
rejeitada mas causada por uma corrupção da tradição religiosa original, como
uma fase de retrocesso em sua evolução; a Umbanda foi exposta ao barbarismo na
forma de costumes vulgares e praticada por pessoas com "costumes rudes e
defeitos psicológicos e étnicos" Outra forma de lidar com o caráter
africano da Umbanda foi exposto na compreensão que se originou na África, porém
na África Oriental (Egito), sendo então da parte mais "civilizada" do
continente.
Um dos objetivos
da conferência foi então rastrear as raízes "genuínas" da Umbanda até
o Oriente; a invenção das raízes orientais juntamente com a rejeição das
africanas,foi refletida na definição do termo "umbanda", que é de
outro modo geralmente acreditado ser derivada do idioma Banto. Declarou-se que
"umbanda" vinha das palavras do sânscrito aum e bhanda, termos que foram
traduzidos como "o limite no ilimitado", "Princípio divino, luz
radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante".
A partir da década
de 1950, os setores mais humildes da população umbandista composta por negros e
mulatos começaram a contestar o distanciamento da Umbanda das práticas
africanas. A "umbanda branca" se opunha à tendência de recuperar os
valores africanos presentes na religiosidade popular.
O segundo
congresso ocorreu em 1961 evidenciando o crescimento da religião que teve sua
imagem reconstruída pela imprensa, milhares de devotos compareceram ao Maracanãzinho com representantes de vários estados e a
presença de políticos municipais e estaduais. O jornal O Estado de S. Paulo
noticiou a realização do congresso no Rio de Janeiro afirmando que a
"preocupação central do Congresso parece ser a elaboração de um código que
orientará a feitura de uma Carta Sinódica da Umbanda". No mesmo ano, o
jornal Diário de S. Paulo
publicou uma grande reportagem com o título "Saravá meu Pai Xangô, Saravá
Mamãe Oxum", onde o jornalista descreve uma "sessão assistida pelos
repórteres a convite do deputado gaúcho Moab Caldas".
No terceiro
congresso realizado em 1973 a Umbanda afirmou-se em definitivo como uma
religião expressiva no campo das atividades assistenciais, além dos centros
onde ocorriam as atividades espirituais, a religião contava com escolas,
creches, ambulatórios etc articuladas em torno da missão de promover a caridade
e a ajuda.
Na década de 80, a
Umbanda teve seu auge ao ser declarada como religião de muitas personalidades
como os cantores Clara Nunes, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Bezerra da Silva, Raul Seixas, Martinho da Vila entre outros.
Na década de 90 a
Umbanda e outras religiões de matrizes africanas foram alvo do crescente neopentecostalismo
brasileiro. Nessa época também fundou-se a Faculdade de Teologia Umbandista,
mantida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino fundada por Rigas Neto na Água
Funda, São Paulo.
Crenças e práticas
A influência
africana na Umbanda foi interpretada como um "mal necessário" que
apenas serviu para explicar sua chegada e desenvolvimento no Brasil. O
"branqueamento" das origens da Umbanda foi expresso em termos como
"umbanda pura", "umbanda limpa", "umbanda branca"
e "umbanda de linha branca" no sentido de "magia branca"
Estes termos contrastavam com "magia negra" e "linha negra"
associados com o mal. Além disso, uma divisão de espíritos foi estabelecida
entre os "da direita" (o bem) e os "da esquerda", o mal. A
única instância de identificação positiva com a influência africana na Umbanda
relacionava-se com os Pretos Velhos e com o continente africano ser reconhecido
como um continente heróico e sofredor.
A Umbanda pode ter
várias vertentes com práticas diversas, nomeadas de diferentes formas como Umbanda Tradicional, Primado de
Umbanda, Umbanda de Nação ou Umbanda Mista, Umbandomblé, Umbanda Esotérica,
Umbanda Astrológica, Umbanda Sagrada, Umbanda da Magia Divina, Umbanda Omolocô,
Umbanda Crística, etc. Essas diferentes vertentes partilham o culto à entidades
ancestrais e a espíritos associados a divindades diversas, que podem pertencer
ao Catolicismo, a cultos africanos, hindus, árabes entre outros. Apesar de
diferentes vertentes existem alguns conceitos encontrados que são comum a
todas, sendo estes:
- Um deus único e onipresente, chamado Olorum ou Zambi
- Crença nas Divindades ou orixás
- Crença na existência de Guias ou entidades
espirituais
- A imortalidade da alma
- Crença nos antepassados
- A reencarnação
- O carma
- Lei de
causa e efeito pela qual os umbandistas pagam o Bem recebido
com o bem e o Mal com a justiça
divina
Também se
fundamentam na obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como a fraternidade, a caridade e o respeito ao próximo. Além desses preceitos também
estão a necessidade da prática mediúnica como por exemplo servindo de
"aparelho" (o medium) para para viabilizar a comunicação entre
espíritos e orixás com os seres humanos.
Ritos
Os rituais da
Umbanda visam evocar o orixá ancestral e toda sua hierarquia composta por
Orixás menores, Guias e Protetores. Os
rituais não têm forma ou modo definido de modo que variam de casa para casa e
estão subordinados às decisões de cada Pai-de-santo e cada entidade protetora do terreiro.
O local onde se dá
as celebrações e o atendimento do público é geralmente uma casa denominada por tenda
que contém um terreiro e um salão
apropriado para sessões.
Alguns termos e rituais
comumente mencionados:
- Giras, é
como são chamadas as sessões onde se reúnem os espíritos de várias
categorias, as giras podem ser festivas, de trabalho ou de treinamento.
- Bater
cabeça, é como é chamado o ato de prostração, a reverência dada ao
chefe do terreiro, por exemplo. O contexto desse gesto varia de terreiro
para terreiro sendo unânime que seja feito antes da defumação.
- Defumação, é usada para purificar o ambiente, através do seu aroma desfaz no
ambiente todo o negativo expulsando os espíritos trevosos.
- Passe, é o gesto de imposição de mãos
presente também no kardecismo
- Pontos riscados são diagramas desenhados no chão como ângulos, retas, símbolos
representativos, desenhos geométricos, pontos cardeais etc representando a
assinatura do Guia
- Pontos cantados são as músicas e cantos entoados como forma de louvor ou
invocação.
- Oferendas são a prática de dispor comida ritual e objetos específicos nos
templos ou locais ao ar livre, em dias e para fins especiais. As oferendas
são agradecimentos aos Guias e Orixás. As vertentes com mais influência
dos cultos africanos como a Umbanda de Nação se utiliza de ebós que são para finalidades próprias como reequilibrar
aspectos da vida da pessoa, porém, diferente de alguns cultos africanos, a
Umbanda não se utiliza do sacrifício de animais.
- Descarrego é o nome dado a rituais para limpeza espiritual ou livrar-se de
cargas negativas, podem ser banhos com ervas especiais[81] como a Guiné, Espada-de-ogun etc ou rituais como a Roda de fogo"
que usa pólvora.
- Batismo como
ocorre em muitas outras religiões só pode ser realizado por líderes
religiosos, no caso o Bablorixá ou a Yalorixá.
Espaço físico
A parte física de
um terreiro de umbanda contém seis elementos fundamentais:
- Assentamento
- Pegi ou Peji
- Congá
- Porteira ou Tronqueira
- Roncó, fica
fora do terreiro propriamente dito mas anexo a ele.
- Cruzeiro das Almas ou Casa das Almas.
Organização
A hierarquia na
Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se
dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual além de variar de acordo
com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).
Responsáveis por toda a
atividade espiritual que ocorre no terreiro, como iniciar, conduzir e encerrar
as giras e estabelecer as ordens e doutrinas passadas pelo astral.
Pai-menor e Mãe-menor
São os responsáveis na
ausência dos pai ou mãe, têm os mesmos ensinamentos e participam de todos os
rituais.
Curimbeiro ou atabaqueiro
Responsável por tocar e cantar
os Pontos cantados nas giras além do ensino a novos ogãs.
Ogã calofé ou alabê
Cambono
É o medium designado a
auxiliar a entidade trabalhando como um intérprete entre a entidade e o
consulente.
Médium de trabalho, médium
feito ou médium coroado
São médiums que prestam
consultas nas giras de atendimento e já passaram por todos os preceitos e
obrigações (batismo, amaci e coroação).
Médium em desenvolvimento
São os médiums em processo de
desenvolvimento.
Samba
Médium feminina em
desenvolvimento.
Iaô
Médium feminina com feitura de
santo.
Médium iniciante
São os médiums que ainda não
incorporam, sendo às vezes colocados como cambonos até adquirirem experiência.
Transa ou porteira
É o responsável por orientar e
distribuir fichas ou senhas aos frequentadores.
Iabá
É responsável pela cozinha do
terreiro, pela confecção dos ageuns, amalas e comidas necessárias
nos trabalhos.
Cota
Subordinada ou substituta da
Iabá (Umbanda de Nação).
Entidades
Os espíritos que
trabalham na Umbanda são organizados em linhas e falanges (legiões) de uma forma quase
militar. Cada linha está sob a direção de uma deidade africana ou Orixá ou Orisha, enquanto os nomes e configurações
exatas variam dentro da Umbanda, eles são em sua maioria compostos a partir de
divisões étnicas, por exemplo, "Povo de Moçambique", "Legião de
Tupi-Guarani". Em geral, os espíritos nos rituais da Umbanda se enquadram
nas seguintes categorias:
- Caboclos, espíritos
indígenas, como o Sete Encruzilhadas
- Pretos Velhos, os espíritos de velhos escravos
brasileiros
- Exus, mensageiros dos orixás; entidades mais próximas dos
humanos, protegendo as suas estradas, caminhos. Praticam unicamente o bem.
Se vierem para o mal, não são Exus, nem Umbanda.
- Pomba Giras, o equivalente feminino dos Exus, tipicamente
retratadas como dançarinas, damas da noite etc.
- Crianças.
Todas os acima são
chamados de "espíritos de luz" porque trabalham para o bem, há também
os espíritos banidos da Umbanda que são ditos trabalharem para o ladro negro,
dentro da Quiumbanda, um tipo de oposto negativo da Umbanda.
Críticas
Assim como outras
religiões afro-brasileiras, a Umbanda sofreu repressão política durante a Vargas até o início de 1950. Uma lei de 1934 colocava estas
religiões sobre a jurisdição do Departamento de Tóxicos e Mistificações da
polícia de modo que era preciso um registro especial para funcionarem. Durante
esses anos vários grupos se mantinham na clandestinidade ou quando se
registravam, procuravam omitir suas ligações ou inspirações africanas se
registrando como sendo apenas "espiritistas".Essa omissão ou
"desafricanaização" que rejeitava as influências das religiões
africanas foi estabelecida mais claramente no I Congresso Brasileiro de
Espiritismo de Umbanda realizado em 1941, que definiu entre outros aspectos,
que a a raiz da Umbanda provinha de antigas religiões e filosofias da Índia. Roger Bastide argumentou que o Espiritismo "branquea" ou "europeniza" a
Umbanda, distorcendo suas raízes africanas.
No Brasil, a
Umbanda e demais religiões de matrizes africanas sofrem com a intolerância religiosa
sendo as religiões neopentecostais ditas Renovadas de maior intolerância em
relação à Umbanda, ao Candomblé e ao Kardecismo.
Os praticantes do Candomblé criticam a Umbanda por considerá-la superficial e
desconhecer os ritos mais profundos dos cultos aos Orixás, além de criticarem a
Umbanda por não separar o culto dos espíritos do culto às entidades já que o
Candomblé considera os Orixás e deuses como sendo mais puros e de energia mais
primordial e que então não podem ser maculados pela energia dos espíritos que
viveram na Terra.