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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Oxum a Senhora do Ouro

Oxum

Na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia. Também é um orixá do candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá. Tem o título de Ìyálòdè1 entre os orixás.
África
Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba, é um orixá feminino. O seu nome deriva do Rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê, é representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por meio do assentamento sagrado denominado igba oxum.

É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex.: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.
Em sua obra "Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns", Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: "Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo."

Grande desavença

Oxum, Iansã e Obá eram esposas de Xangô.2 Muitos dizem que Oxum enganou Obá e a induziu a cortar a orelha e colocá-la no amalá de Xangô, criando, com isso, uma grande desavença entre ambas. Mas, pensa-se que Obá apenas cortou sua orelha para provar seu amor a Xangô. Muitos difundiram este mito porque Oxum é a orixá da beleza e da juventude, ao passo que Obá tem mais idade e protege as mulheres dignas, idosas e necessitadas, além de trabalhar com Nanã. Quem afirmar que há uma desavença entre Oxum e Obá e que esta é a menos amada por Xangô está totalmente enganado, porque Obá é aquela mulher que fica ao lado do marido e que mais recebe o amor dele. Quanto ao fato de algumas qualidades lutarem entre si, não é por causa da "desavença", que nem é verdadeira, e sim porque as qualidades fazem uma representação de conflitos e guerras do tempo em que tais qualidades estavam na Terra. Do mesmo jeito que, se houver uma qualidade de Iansã que, quando viveu na Terra, teve uma guerra com Ogum, quando ambos incorporarem, representarão uma luta entre si, para mostrar que possuiam certa desavença, e um pouco da história do mundo. Vale lembrar que estamos falando dos ORIXÁS Obá e Oxum, e não de suas qualidades (caminhos). Os orixás tiveram uma história aqui na Terra, e as qualidades, outra. Então, se Iansã tiver um conflito com Ogum, não podemos dizer que a Iansã (ORIXÁ) tem conflito com o Ogum (ORIXÁ), porque quem tem a desavença são suas qualidades, e não os orixás entre si.
Brasil
Oxum é um orixá feminino da nação Ijexá, adotada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por chorões.
Candomblé Bantu - a Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.
Candomblé Ketu - Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
Arquétipo
Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões. Também são extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de sempre estarem namorando.

Qualidades de Oxum
Kare - veste azul e dourado, cor do ouro. Usa um abebé e um ofá dourados.
Iyepòndàá ou Ipondá - é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés. Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de origem. Usa um abebé (espelho de metal) nas mãos, uma alfange (adaga)3 , por ser guerreira, e um ofá (arco e flecha) dourado, por sua ligação com Oxóssi. É uma das mais jovens.
Yeyeòkè
Iya Ominíbú
Iya Omérìn
Ajagura
Ijímú
Ipetú - YEYE IPETU é uma Oxun de culto muito antigo, no interior da floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaiyn e principalmente a Oyá dada a sua ligação com Egun.
Èwuji
Abòtò
Ibola
Gama (Vodun feminino da mesma energia de Sakpatá, incorporado ao culto Yorubá através de sua concernente Oxum)
Oxum Opará ou Apará - qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou espada. Caminha com Oya Onira, com quem muitas vezes é confundida. Diferente das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e Ogum.
Sete folhas mais usadas para Oxum
Efirin
Eré tuntún
Macassá
Teté
Ejá Omodé
Wuê mimolé
Ewê boyí funfun

Sincretismo
Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras. Na Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Cuba
Na santeria cubana, é chamada Ochún. O sincrestismo deste orixá se dá na santeria com Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba. Ver Oshun
Caminhos de Oshun no Lukumí
Na tradição cubana Lukumí, Oxum tem muitos caminhos ou manifestações. Algumas delas incluem:
Oshun Ibu Ikole -- Oxum, o abutre, falcão, águia, predadores. Esta Oxum está associada com bruxas (Ajé), e os seus símbolos são o abutre, o almofariz e o pilão (símbolos de feitiçaria). Em Cuba, seus mitos dizem que esta Oxum salvou o mundo, por voar as orações do mundo a morrer até o Sol (Orun), onde Olodumare vive, no entanto, na África Ocidental este mito é atribuído a Yemoja.
Oshun Ibu Anya -- Oxum dos tambores (Drums). Esta Oxum é a padroeira da dança e dos tambores Anya. Ela diz para dançar incessantemente para esquecer seus problemas.
Oshun Ibu Yumu -- Esta Oxum, é a mais velha Oxum. Ela se senta no fundo do rio, tricotando.
Oshun Ibu D'Oko -- Oxum, a esposa de Orixá Oko. Esta Oxum é retratada como um sulco para ser arado e uma vulva gigante, enquanto seu marido Orixá Oko é um fazendeiro e retratado como um falo gigante. Esta é uma das manifestações mais obviamente procriativa de Oxum.
Oshun Ololodi -- Oxum, a adivinha. Esta Oxum é a esposa de Orunmila, o orixá da adivinhação Ifa.
Oshun Ibu Akuaro -- Oxum, a codorna. As crianças desta manifestação de Oxum são consideradas pessoas muito nervosas.

Comidas de Oxum

Comida ritual, nas religiões consideradas afro brasileiras, são as comidas específicas de cada Orixá, cujo preparo requer um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas. Durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes. São chamadas comida de axé, pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas. A Iyabassê é a pessoa responsável por cumprir esse ritual. Existem Orixás que não aceitam comidas com azeite de dendê, outros não aceitam mel, outros não aceitam sal, outros não aceitam camarão, etc... A Iyabassê precisa saber exatamente como se prepara cada uma dessas comidas, para que elas sejam aceitas pelos Orixás respectivos.
No caso de Oxum temos o Ado, o Omolokun e o Ipeté.
Ado
Uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum, um tipo de doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxum).
Também se oferece a Oxum o Omolukun
Omolokun
Comida ritual da Orixá Oxum, é feito com feijão fradinho cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados.
Obs: Em outro prato de Oxum o feijão é descascado e amassado, sendo acompanhado também por cinco ovos e folhas de mamona para enfeitar.
Por ultimo também falaremos do Ipeté
Ipeté
Ipeté de Oxum ou Peté de Oxum é o nome da comida de Oxum, e foi adotado o mesmo nome para a festa que se faz à Oxum anualmente em muitas casas de candomblé, em todo Brasil.
Esta festa em muitas casas de candomblé marca o encerramento das festas do ano. Nesse dia não há sacrifício, que já foram feitos nos dias anteriores. Há muita comida, galinha, pernil de porco, além de outras iguarias, que são distribuídas a todos que comparecem.
Além daquelas que são feitas para as obrigações dos Orixás e que serão também divididas entre os presentes, que são o adun (fubá de milho com azeite de dendê e açucar), o ekó (milho branco ralado e cozido, uma espécie de canjica, mais conhecido pelo nome de acaçá), o ixu (inhame), o aluá e o próprio peté.
Um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé, oferecida especialmente ao orixa Oxun.
Inhame, azeite de dendê, cebola raladas, camarão sêco e defumado, gengibre ralado, camarões frescos inteiros e cozidos para enfeitar e sal. Também oferecido ao Orixá Oxaguian, substituindo o dendê por azeite doce na festa do Pilão.
Modo de Preparo:
Tirar a casca do inhame e cortar em pedaços pequenos, cozinhar ao ponto de amassar com um garfo, colocar os temperos e um pouquinho de sal e bater com uma colher de pau até ficar no ponto de um purê.
Colocar em uma tigela e enfeitar com os camarões inteiros.